Faltam profissionais em panificação

São 1,2 mil padarias espalhadas pelo Distrito Federal. Só no ano passado, o crescimento do setor foi de 13,7%. “O setor de panificação vem crescendo nos últimos três anos acima da média da indústria nacional e acima da média da inflação brasileira”, explica Alexandre Pereira, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria.

Com esse superaquecimento, veio a tona um problema antigo: a falta de padeiros. No DF são quase 300 vagas a espera de profissionais qualificados. Há 12 anos, o sírio Chaddem Bittar abriu a primeira padaria em Brasília. Atualmente, administra duas. Ele conta que encontrar padeiro profissional é difícil e custa caro. “Não encontra padeiro profissional e, se encontrar, ele pede salário muito alto”, fala.

Quem se profissionaliza, dificilmente fica sem emprego. “Com certeza ele vai ser absorvido pelo mercado, podendo desenvolver um bom trabalho”, afirma José Jofre, presidente do Sindicato da Indústria da Alimentação.

De olho no mercado promissor, com salários variando entre R$ 700 e R$ 2 mil, os alunos do curso de panificação colocam a mão na massa, literalmente. “O objetivo é de aprimorar em todas as áreas da confeitaria, panificação e salgadeiro, para virar um profissional de qualidade”, conta o confeiteiro Diego Barbosa.

No ano passado, o Senai formou mais de cem padeiros e 80 pessoas já estão numa lista de espera para as próximas turmas. “Aqui, o aluno vai aprender desde o básico, dos ingredientes até como se fazer e modelar o pão”, indica a nutricionista do Senai Flávia Cristina Oliveira. “Entre 80% e 90% dos nossos alunos chegaram aqui sem saber absolutamente nada. Agora, eu só passo a quantidade que eu quero, eles vão lá para dentro e fazem”, completa o instrutor de padeiro Reismar Pereira.

Em pouco mais de dois meses de aulas, a aluna de padaria Cláudia Maria Carvalho se orgulha do que aprendeu. “Várias receitas e vários tipos de pães. Fica delicioso”, fala. Ela agora só pensa em ganhar dinheiro com todo o conhecimento que adquiriu. “Fazendo pães caseiros”, completa. Oportunidade não deve faltar.

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