Cervejas e alimentos vão impulsionar vendas em 2011

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, essas categorias são beneficiadas pelo crescimento da renda, sobretudo na classe C

São Paulo - As vendas de cervejas, refrigerantes e produtos perecíveis - como queijos, leites
e iogurtes - devem liderar a comercialização de produtos nos supermercados em 2011.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda,
essas categorias são beneficiadas pelo crescimento da renda, sobretudo na classe C, e pelas
inovações em produtos por parte da indústria. "A recuperação do poder de compra
proporciona à indústria inovar, olhando para a demanda futura dos consumidores", afirmou,
em entrevista a jornalistas.
Para 2011, a previsão da Abras é de que as vendas dos supermercados cresçam 4% na
comparação com o ano passado. Em 2010, a quantidade de produtos comercializada nos
autosserviços avançou 6,7% em relação a 2009, de acordo com levantamento da Nielsen,
realizado a pedido da Abras. Esse resultado representou a maior taxa de crescimento desde
2005, quando a pesquisa passou a ser realizada. Em 2009, por exemplo, o volume de vendas
nos supermercados avançou 3,2% sobre 2008.
"Em 2011, o volume não deve crescer igual ao ano passado, mas mantemos uma visão
otimista quanto à demanda", afirmou. Segundo Honda, a desaceleração do volume
comercializado ocorrerá pela redução de ritmo da atividade econômica, incentivada pelo
corte dos investimentos dos governos e alta dos juros, assim como pela alta base de
comparação com 2010. "O crescimento do emprego vai puxar a massa de rendimentos,
garantindo a manutenção das vendas." A Abras prevê que o setor iguale em 2011 a taxa de
crescimento de 4% do faturamento real observada em 2010.
Outro fator apontado pelo presidente da Abras para a manutenção do crescimento do volume
das vendas está na manutenção dos investimentos por parte da indústria. A Associação
Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) prevê que o setor ao menos iguale os R$ 16
bilhões destinados ao aumento da capacidade produtiva registrados em 2010. "O mercado de
cervejas e refrigerantes ainda tem muito espaço para crescimento, pela estabilidade nos
preços, investimentos em marketing e aumento do poder de compra", completou.
Na avaliação de Honda, a desaceleração do ritmo de crescimento na comparação com o ano
passado deverá atingir todas as categorias. Em 2010, o segmento de bebidas alcoólicas
liderou o aumento do volume de vendas, com incremento de 15,1% em relação a 2009,
seguido por bebidas não alcoólicas (+10,8%), perecíveis (+10,4%), limpeza caseira (+5,8%),
mercearia salgada (+4,5%), mercearia doce (+4,2%) e higiene e beleza (+3,4%). O menor
crescimento ficou com a categoria "outros", puxada por cigarros, cujo aumento foi de 1,1%.
Em termos de produtos, o volume das vendas em 2010 foi liderado pelos queijos, com
aumento de 21,7% sobre 2009. Na sequência, aparecem suco de frutas pronto para o
consumo (+19,2%), cerveja (+17,8%), salgadinho para aperitivo (+11,4%), pão
industrializado (+10,6%), refrigerante (+10,6%), carnes congeladas (+10,5%) e chocolate
(+9,4%). Já entre as maiores quedas no período estão purê de tomate (-21,8%), sidra (-
18,4%), loção pós barba (-15,1%), rum (-9,8%), além de extrato de tomate (-7,4%) e
sabão em barra (-4%).
Preços
Sobre a retração no preço da cesta de 35 produtos mais consumidos nos supermercados em
janeiro ante dezembro, que recuou 1%, para R$ 303,97, Honda disse esperar pela
"desaceleração nos próximos meses (dos preços)".
Segundo ele, a alta recente dos preços nos supermercados, entre setembro e dezembro do
ano passado, teve forte componente de descompasso entre oferta e demanda, sobretudo no
caso das carnes. Honda acrescentou que a desaceleração dos preços será puxada também
caso das carnes. Honda acrescentou que a desaceleração dos preços será puxada também
por produtos industrializados.

Fonte: Portal Exame - SP