FAO apoia proposta francesa de regular os preços dos alimentos
Em uma entrevista conjunta na sede da entidade, em Roma, o diretor-geral Jacques Diouf e o ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, afirmaram que a alta instabilidade dos mercados pode levar a protestos violentos em regiões mais pobres.
Na última quinta-feira, a FAO revelou que o índice criado pela organização acompanhar o preço internacional de alimentos chegou ao seu maior valor em 21anos, após sete meses seguidos de alta. Tanto o ministro francês quanto Diouf afirmaram ser a especulação a principal causa da alta recorde e, sem ações incisivas, a perspectiva, afirmaram, é de manutenção da alta.
"Estamos vivendo um momento de risco e precisamos tomar atitudes juntos para evitar uma crise e fazer um planejamento de longo prazo", disse Le Maire na entrevista, transmitida pela Internet pelo FAO. "Não queremos brigar com os mercados, mas melhorar a maneira que os mercados funcionam. A agricultura deve estar no centro das discussões do G-20."
Embora menos enfático, Diouf concordou com a necessidade de estabilizar o mercado de alimentos, mas preferiu destacar a necessidade de investimentos agrícolas.
Ocupando a presidência do G-20, a França tem defendido mecanismos de intervenção no mercado de alimentos, como estoques internacionais ou controle de preços, e tem pressionado instituições internacionais como a FAO para obter subsídios que referendem suas ideais.
Fonte: Estadão