Lucro com pólen

Criadores de abelha de São Paulo estão mudando o jeito de tocar o negócio. A produção de mel deixou de ser prioridade. A atividade mais lucrativa, agora, é a coleta do pólen.

Há três anos o mel deixou de ser o principal produto nos apiários dos criadores Luiz Serrano e Denise Serrano. Os enxames são usados para a produção de pólen.

“O que uma colmeia produz de mel por ano, se for colocar em valor monetário, o pólen da rentabilidade em 30 dias”, explicou Luiz Serrano.

Enquanto no atacado o quilo do mel é vendido pelo produtor por seis reais, o do pólen sai por R$ 50. Agora, com o início das floradas, é a época que a safra começa para valer. Em média, cada colmeia produz diariamente cem gramas.

 

 

A colheita do mel é feita três vezes ao ano. Com o pólen é um pouco diferente. O apicultor precisa coletar todos os dias. Caso contrário, a produção pode ser perdida.

“Ele pega umidade, vai se deteriorar, vira uma pasta e estraga o produto”, esclareceu Denise.

O pólen é um pó minúsculo, mas ganha a aparecia de bolota, como dizem os apicultores, depois de dezenas e dezenas de coletas que a abelha faz. Ele é a comida do enxame, a principal fonte de proteína. Mas só parte do que a abelha carrega vira alimento da colmeia. O resto fica para o produtor retido numa placa de proteção.

Felipe da Silva Rosa é apicultor há 16 anos, mas é um estreante na produção de pólen. Ele começou este ano e consegue dez quilos por semana. “Minha meta são dez quilos por dia. Eu quero aprimorar. Não quero fazer outra coisa”, falou.

O filho de Felipe, Ricardo da Silva Rosa, também já pretende tomar o mesmo caminho. Ele deixou o emprego de motorista para virar produtor de pólen. “Além de ajudar o meu pai, é uma renda bem maior do que eu ganhava”, calculou.

A cor do pólen varia de acordo com as flores escolhidas pelas abelhas.

Fonte: globo.com