Método gera avanço no combate à mancha dos citros.
Uma pesquisa de doutorado que vem sendo desenvolvida pela engenheira agrônoma Maria Beatriz Calderan Rodrigues, orientada pela professora Aline Aparecida Pizzirani Kleiner, visa obter um maior controle sobre a incidência da doença, caracterizada por causar lesões negras nas cascas dos frutos, e reduzir as perdas do setor.
Conhecida por ser uma das doenças mais comuns dos pomares brasileiros, a Mancha Preta dos Citros também é responsável por grande parte das perdas relacionadas à exportação, já que sua incidência sobre os frutos frescos impossibilita a comercialização do produto para áreas como União Européia e Estados Unidos.
Para mapear a colonização do fungo Guignardia citricarpa e detectar com maior precisão os sintomas deste patógeno nas plantas, Maria Beatriz acrescentou ao fungo um gene que assume aspecto fluorescente quando exposto à luz ultra-violeta (UV).
Segundo a pesquisadora, “por meio deste fungo transgênico, ou seja, alterado geneticamente, o acompanhamento da colonização do patógeno e os seus sintomas nas plantas tornaram-se mais fáceis, assim como o controle do fungo”. Inicialmente, o acompanhamento foi realizado em laboratório, por meio da observação em microscópio. Os próximos passos seriam os ensaios em campo ou casa de vegetação, comenta Maria.
Espera-se, com isso, evitar com mais facilidade a incidência da Mancha Preta e a redução do custo de diversas aplicações de fungicidas, que vão desde a fase floral da planta até o fruto. Além de barrar o avanço da resistência do fungo às doses de fungicidas.
O controle do fungo é feito atualmente pelo uso de fungicidas, principalmente benzimidazóis e estrobilurinas, aplicados após a florada, em aplicações feitas por até 5 meses e até que o fruto esteja com um tamanho aproximado de uma bola de ping-pong. Ou seja, quase todo o desenvolvimento do fruto.
Fonte: USP Notícias