A cultura da bananeira na região Norte do Brasil
Com informações precisas que poderão contribuir para a redução dos gargalos tecnológicos da cadeia produtiva da banana, já está sendo comercializado na Livraria Virtual da Embrapa, o livro “A cultura da
bananeira na região Norte do Brasil” (310 páginas, R$ 24,00). Os editores técnicos são Luadir Gasparotto e José Clério Rezende Pereira, pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) com a participação de demais especialistas. A obra traduz o esforço de pesquisadores da Embrapa e de outras instituições, para levar aos interessados, resultados de pesquisas capazes de contribuir para a sustentabilidade do agronegócio da banana.
O livro tem 13 capítulos produzidos por 17 autores e apresenta um panorama sobre o cultivo da bananeira, a fim de situar o leitor quanto à importância comercial dessa cultura para a região. Os capítulos abordam
aspectos relacionados à implantação e manutenção do bananal, como exigências climáticas e escolha da área de plantio, cultivares, produção e obtenção de mudas, exigências nutricionais, cultivos consorciados com
bananeira, tratos culturais, manejo de plantas daninhas, irrigação, pragas e doenças e métodos de controle.
Também são abordados os cuidados na colheita e pós-colheita e curiosidades sobre a origem da fruta surgida na Ásia ser hoje “um símbolo da nossa tropicalidade”, e que recebeu o nome banana na Ilha da Madeira, hoje usada em muitas línguas. Foi a partir da costa ocidental africana que foi trazida pelos portugueses para o Brasil, onde é, atualmente, a
segunda fruta mais cultivada e a terceira em área colhida.
Entre as frutas mais consumidas nos domicílios das principais regiões metropolitanas do País, a banana só é superada pela laranja. Presente nas mais diversas camadas da população, ela aparece na mesa dos brasileiros não apenas como sobremesa, mas como alimento, com um consumo per capita em torno de 25 quilos por ano.
A produção brasileira de banana está distribuída por todo o território nacional, sendo a região Nordeste a maior produtora (34%), seguida das regiões Norte (26%), Sudeste (24%), Sul (10%) e Centro-Oeste (6%). Na região Norte, aproximadamente 92 mil hectares são ocupados com a prática da bananicultura, com produção aproximada de 1 milhão de toneladas.
No Estado do Pará, a área cultivada equivale a 47% do total e, associada à do Estado do Amazonas, perfaz 73% de toda a área cultivada na Amazônia. Apesar desse percentual, a produtividade dos bananais na região Norte é, ainda, bastante reduzida; sendo de aproximadamente 12 toneladas nos estados do Pará e Amazonas e apenas 7 toneladas nos demais estados da região.
A elevada procura por bananas, visto que é uma das principais bases alimentares para a população da região, aliada à baixa produtividade dos bananais, principalmente após a constatação da sigatoka-negra, doença que induz perdas da ordem de até 100% dos bananais dos tipos Prata, Terra e Maçã, tem obrigado alguns estados, como o Amazonas, a efetuar importações constantes para atender a demanda crescente pela fruta. Assim, verifica-se que, embora a região apresente excelentes condições de clima
e solo para a produção de banana de alto padrão de qualidade, é preciso superar, em grande parte, a baixa eficiência na produção.
São vários os problemas que afetam a bananicultura dessa região, que se caracteriza pelo baixo nível de tecnificação empregado nos cultivos, resultando em baixa produtividade e qualidade dos frutos. Além disso, os problemas fitossanitários relacionados a doenças, como sigatoka-negra, mal-do-panamá e moko, e a outros males provocados por nematóides e
viroses, contribuem para que ocorram grandes perdas na produção.
A cultivares mais produzidas e mais consumidas na região Norte são a Maçã e as do subgrupo Prata e Terra, todas altamente suscetíveis à sigatoka-negra. Por isso, a bananicultura tem passado por mudanças
substanciais, envolvendo a substituição dos antigos plantios, com essas cultivares suscetíveis, por novos plantios com outras resistentes, como Caipira, Thap Maeo, FHIA 18, BRS Caprichosa, BRS Garantida, Prata Ken e BRS Conquista.
Fonte: Embrapa