Colheita de figo.
Eles adotaram algumas práticas que permitem colher a fruta na entressafra, o que ajuda na renda das propriedades.
O agricultor Ângelo Fabiano foi o pioneiro no cultivo do figo tardio. Em 1994 ele percebeu que os pés mais jovens poderiam dar frutos o ano todo. Atrasou a poda e a colheita. Hoje, trinta por cento da lavoura tem a safra nos meses de abril a julho. Os frutos têm mais durabilidade no pós-colheita.
“Pode deixar oito dias que ele não estraga. Na safra o figo dura três dias”, explicou Fabiano.
A colheita de figo tardia tem diferencias em relação à tradicional. Tem o tamanho um pouco menor. Mas é mais doce. Na colheita tradicional a produção média é de oito caixas por hectare. Na tardia cai pela metade. Ainda assim, a estratégia tem bons resultados financeiros graças à lei da oferta e da procura. Como a oferta do produto é menor nesta época, os produtores obtêm ganhos de até 30% no preço. Os custos com defensivos são menores.
“A própria temperatura não deixa a doença vir. Gasta menos da metade”, calculou Fabiano.
O maior cuidado na colheita tardia é com irrigação. “Ele necessita de água para o fruto ficar melhor. O produtor que tem um pouquinho mais de condição irriga até duas vezes por semana. Caso contrário, uma vez já é o suficiente”, esclareceu Cristiane Fabiano, diretora da Casa da Agricultura de Valinhos.
De acordo com a Secretaria de Agricultura de Valinhos, a cidade tem 92 produtores e 412 mil pés. Pelo menos 30% são com a colheita tardia. Na lavoura do agricultor Alci Roberto Previtali o figo roxo é exportado até para a Europa. Para ele, a colheita tardia foi a solução para aumentar os ganhos. “Tem produção o ano todo. Antigamente, era de cinco a seis meses. Agora, a gente tem de nove a dez meses de safra. Vale a pena”, concluiu.
A caixa com 24 figos é vendida, em média, por R$ 5.
Fonte: globo.com