Batata doce vitaminada.
A Embrapa levou ramas de oito linhagens de batata doce do Peru, para combater a anemia e o raquitismo no Vale do Itapecuru, no Maranhão.
A batata melhorada geneticamente ficou bem mais rica em vitamina A, ferro e zinco. Está sendo multiplicada num campo experimental e doada em forma de sementes aos trabalhadores rurais de Codó e Coroatá, municípios no leste do estado.
A experiência é parte de uma cooperação internacional, interessada em combater os efeitos da escassez de alimentos nas áreas mais pobres do planeta e está acontecendo ao mesmo tempo no Caribe, em países da África e da América Latina.
A maioria das famílias no Vale do Itapecuru só tem arroz como única fonte de alimento. A intenção é introduzir a batata doce na dieta alimentar de um milhão de maranhenses, que ainda vivem em alto risco de desnutrição.
Organizações internacionais consideram a região uma das mais pobres do continente, com alto registro de anemia e raquitismo, doenças que atingem vinte e seis por cento das crianças maranhenses.
Seu Francisco foi em busca de mudas e pôde confirmar no campo as diferenças entre a batata fortificada e as variedades nativas.
“A importância é a vitamina, o ferro, o zinco, que contém nela. A outra é mais doce, mas é a vitamina que vai servir pra dar saúde pra nossas crianças e pra nós mesmos”, diz Francisco Gonçalves, agricultor.
Os agricultores no Vale do Itapecuru esperam até seis meses para colher a batata doce. Com as novas linhagens podem colher bem mais, cedo, com cem dias. Além disso, as batatas fortificadas são bem maiores.
Raimundo gostou tanto da novidade que já faz planos de sair da pobreza melhorando a renda da família. “Com certeza isso vai gerar um mercado e a gente vai se incluir e plantar”, afirma o agricultor.
Os agricultores que ganharam as ramas de batata devem fazer a primeira colheita em agosto. A próxima etapa do projeto da Embrapa é a criação de um banco de sementes.
Source: globo.com