Transgênicos aliviam o bolso

Segundo pesquisa divulgada pela Abrasem, uso de biotecnologia gera economia de US$ 3,8 bilhões para a agricultura do país.

 

O Brasil já é o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, com área de cultivo de 21,4 milhões de hectares, atrás apenas dos Estados Unidos. O dado consta de um estudo sobre os impactos da biotecnologia na agricultura brasileira, apresentado pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), nesta terça-feira (06/04). Ainda de acordo com o levantamento - realizado pela empresa de consultoria Céleres - o uso de biotecnologia proporcionou ganhos de US$ 3,6 bilhões para o setor agrícola nacional.

"As lavouras transgênicas geram ao agronegócio tanto benefícios econômicos, quanto socioambientais", diz Anderson Galvão, diretor da Céleres e responsável pelos aspectos econômicos do estudo. Foram entrevistados 360 produtores em 10 estados brasileiros.

Como é a cultura que adota a biotecnologia há mais tempo - os primeiros cultivos foram iniciados de maneira ilegal no país em 1997 -, a soja responde por 78% dos ganhos. O milho geneticamente modificado, cujo plantio começou na safra passada (2008/2009), responde por 18%, e o algodão por 4%.

Também foram analisados os benefícios socioambientais que o cultivo de transgênicos produz. Como as variedades geneticamente modificadas demandam uma quantidade menor de aplicações de defensivos, há redução no consumo de água utilizada nas pulverizações e de óleo diesel. O estudo constatou que nos últimos treze anos houve redução de 12,6 bilhões de litros de água e de 104,8 milhões de litros de óleo diesel. A diminuição da queima de óleo diesel representou uma queda de 270,4 mil toneladas de gás carbônico na atmosfera.

O aumento da produtividade, que no caso do milho chegou a 20% em algumas localidades, e a melhoria dos ganhos dos agricultores, que conseguem reduzir os custos de produção, são outras vantagens da lavoura transgênica sobre a convencional destacadas pelo presidente da Abrasem, Ywao Miyamoto. "As sementes respondem por apenas 5% dos custos totais da formação de uma lavoura de grãos. É investimento relativamente pequeno que pode mudar significativamente o desenvolvimento das plantações", diz.

A tendência para a próxima década é de crescimento. Estimativas apontam que em 2018/2019 as lavouras de algodão ocuparão 1,6 milhão de hectares, ante 118,1 mil hectares de 2008/2009. O milho alcançará 11,2 milhões de hectares (na última temporada somou 1,14 milhão) e a soja demandará 25,2 milhões de hectares (21,5 milhões em 2008/2009). "Os investimentos estão apenas começando. As grandes farmacêuticas ainda vão ingressar neste segmento", diz Miyamoto.

Fonte: www.globorural.com.br