Crise afetou 73% das empresas exportadoras

Sete em cada 10 empresas exportadoras brasileiras foram afetadas pela crise financeira internacional.
O principal impacto da crise nessas indústrias é a queda da demanda internacional, citada por 84% daquelas que responderam a Sondagem Especial – Comércio Exterior, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta quinta-feira, 28 de maio, em Brasília. Outros 7% das que foram afetadas responderam que a escassez e/ou o encarecimento do crédito para as exportações foi o principal problema.

A desvalorização do real frente ao dólar foi citada por 6% das indústrias que informaram que suas exportações foram afetadas pela crise. A CNI ouviu 1.307 indústrias, de todo o país, entre os dias 1º e 27 de abril. Foram 203 de grande porte, 386 de médio porte e 740 pequenas empresas.

Entre as empresas que tiveram as vendas externas prejudicadas, 60% responderam que pretendem buscar novos mercados para seus produtos como forma de compensar os efeitos negativos da crise. Nesse mesmo universo, 51% disseram que pretendem reduzir custos e promover ganhos de competitividade (nesse item, as empresas podiam assinalar mais de uma resposta, por isso a soma dos percentuais ultrapassa os 100%).

Outros 19% das indústrias que tiveram suas exportações afetadas informaram que começarão a exportar novos produtos e 18% disseram que investirão mais na qualidade e no design. Além disso, 15% delas disseram que vão reduzir seus preços e/ou margens de lucro.

Importância 

Para as empresas exportadoras brasileiras, o mercado externo será menos importante neste ano em termos de faturamento bruto. Para 17% delas, a participação das exportações no faturamento da empresa cairá acentuadamente. Para 31% delas, haverá queda e, para 34%, estabilidade. Na outra ponta, 16% informaram que a participação das vendas externas aumentará em relação ao faturamento e 1% informou que aumentará muito.

Matéria-prima

Em relação à última Sondagem Especial de comércio exterior feita pela CNI, em 2005, a utilização pela indústria de insumos e matérias-primas importadas cresceu, tendo passado de 39% para 54% do total de respondentes. A participação média dos importados no setor, no entanto, é baixa, 12%.

Para a maior parte das empresas (40%), o uso de insumos e matérias-primas importadas é de 1% a 9%. Para 23% das que importam insumos, a utilização é de 10% a 20%. No outro extremo, 5% das empresas usam mais de 70% de insumos e matérias-primas importadas.

Para a maioria (62%) das empresas que importam insumos e matérias-primas, essa importação deverá se manter estável em termos de participação no custo total com insumos. Para 11% delas, haverá aumento e, para 1%, aumento acentuado. Para 18% das que usam esse tipo de insumos, haverá queda na participação. Para 8%, a queda será acentuada.

Competição
 
Das empresas que participaram da Sondagem Especial – Comércio Exterior, 53% disseram que enfrentam, no mercado brasileiro, concorrência com produtos importados. Para 51% destas, a competição com esses produtos se manterá nos mesmos níveis atuais. Para 29% delas, a competição se acirrará. E para 4%, aumentará muito. Para 1%, a competição com importados diminuirá muito e, para 15%, cairá.

Fonte: CNI