Preço de leite importado da Argentina preocupa governo

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta terça-feira que o governo está preocupado com a importação de leite da Argentina.

Segundo ele, uma única empresa é responsável por 50% do leite importado do país vizinho, a preços "baixíssimos", e venceu licitações para fornecimento de leite a vários estados brasileiros.

 

Durante a reunião conjunta das câmaras de leite na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Stephanes disse que é importante manter as importações em níveis que não prejudiquem os produtores brasileiros. "Não somos a favor do protecionismo, mas as exportações de um país não podem fugir do padrão em período de crise", afirmou.

 

Em fevereiro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acusou a Argentina de fazer triangulação do leite subsidiado da Comunidade Européia, repassando para o Brasil um produto com o preço falso e bastante competitivo. Na ocasião, a entidade disse que a indústria de laticínios no Brasil pagava à Argentina R$ 0,41 por l, enquanto o preço médio pago ao produtor interno era de R$ 0,59. Com essa diferença, as importações cresceram 40% no ano passado.

 

"A Argentina está empurrando leite a preços baixos no mercado brasileiro", disse Stephanes, para quem o País não pode se tornar um "depósito do excesso de leite" do parceiro do Mercosul. Para piorar a situação dos produtores, no ano passado o Brasil passou por uma superprodução de leite e teve dificuldades para comercializar todo o produto.

 

Quanto à empresa que compra metade do leite que é vendido no Brasil, o ministro disse que não há meios legais claros para impedir sua ação, a não ser uma fiscalização forte dos estados quanto à origem dos produtos que estão adquirindo por meio de licitações. Stephanes quer que as importações voltem aos níveis de antes da crise financeira mundial.

Fonte: Agência Brasil/Terra