Gordura trans: consumo deve ser limitado

Até o final de 2010, a indústria deverá banir toda a gordura trans dos alimentos do mercado. O acordo, feito entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) pode evitar 260 mil mortes por ano.

A gordura trans é formada por um processo de hidrogenação natural ou industrial e geralmente é encontrada em alimentos industrializados como bolachas, salgadinhos, maionese, sorvetes e chocolates. Seu objetivo é conservar os alimentos e deixá-los mais saborosos e macios por mais tempo.

Até que a substância, associada a doenças cardiovasculares e diabetes, o jeito é prestar atenção aos rótulos e seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de não ultrapassar 2 gramas da substância por dia. A quantidade é encontrada, por exemplo, em 4 biscoitos do tipo waffer.

A decisão de eliminar a gordura trans dos alimentos, no entanto, fez com que alguns fabricantes a trocassem pela saturada, também muito prejudicial à saúde. Segundo especialistas, seu consumo não deve exceder em 10% do total de gorduras ingeridas diariamente.

"A gordura saturada aumenta a taxa de colesterol no sangue, o que estimula a produção de placas de gordura, que vão se acumulando nas artérias, obstruindo-as e causando doenças cardiovasculares", afirma o endocrinologista Walmir Coutinho, vice-presidente para América Latina da Associação Internacional de Estudos da Obesidade e professor associado da PUC-Rio.

Segundo o médico, a proporção de gordura recomendável em uma dieta saudável, de um modo geral, é de cerca de 30% a 35 % do total de calorias consumidas. Já as gorduras saturadas devem corresponder a, no máximo, um terço desse total.

Em outras palavras, se formos colocar todas as gorduras em uma pirâmide alimentar, a gordura trans estaria no topo e a insaturada ficaria logo em seguida. Em terceiro lugar estariam as gorduras poliinsaturadas (encontradas em óleos vegetais, nozes, salmão etc) e, na base, as gorduras consideradas mais benéficas para a saúde: as monoinsaturadas (abundantes no azeite e no abacate).