Professor sinaliza bons caminhos para a indústria de alimentos
Quem afirma é o coordenador do curso de Engenharia de Alimentos e professor da Fazu, José Roberto Delalibera Finzer. “Estamos vivendo uma época de turbulência financeira globalizada. Muitos podem pensar que o futuro não seja promissor. Contudo, turbulências sempre existiram. Para os profissionais envolvidos nas ciências agrárias, novos e bons caminhos estão se abrindo”, diz.
Segundo Finzer, na última década, a indústria alimentícia cresceu muito e deverá repetir o bom desempenho nos próximos dez anos. “As empresas do agronegócio devem aumentar o valor agregado dos seus produtos e, para isso, precisarão cada vez mais de engenheiros de alimentos”, comenta.
Informações recentes mostram que empresas utilizam várias estratégias para manter os lucros. As estratégias de marketing de novos produtos são surpreendentes. É o caso da Kopenhaguen. Finzer informa que a empresa, especializada em vender bombons para consumidores de alta renda, criou uma marca de chocolates para a classe C: Brasil Cacau. Só este mês abriram 12 lojas em São Paulo. Até o final do ano serão 50 lojas e até 2013, 500 lojas. Ele diz que a Kopenhaguen se espelha no excepcional desempenho da Cacau Show em 2001. Hoje são 600 lojas no Brasil”, informa.
De acordo com o coordenador, o mercado também está em alta para executivos que entendem de finanças para resolver os problemas da crise econômica atual. “A Perdigão, por exemplo, não contrata ninguém da gerência sênior para cima que não tenha formação de peso”, diz. Para o coordenador, depois da graduação, é necessário o aperfeiçoamento. “Por isso, a Fazu mantém vários cursos de pós-graduação no setor. Algumas especializações, inclusive, têm parceria com FGV e Rehagro”, salienta.
Finzer afirma que o setor de energia também promete muitas novidades para o Brasil. Ele explica que o açúcar da cana pode ser transformado em vários derivados, assim como o óleo cru dá origem à gasolina, ao querosene e a uma enorme gama de petroquímicos. Um dos melhores exemplos, segundo ele, é o do grupo Santelisa Vale, do interior de São Paulo.
A Crystalsev, empresa do grupo associou-se à Amyris, empresa de biotecnologia da Califórnia, para produzir diesel, gasolina e querosene de aviação à base de caldo da cana. “Em vez de passar por uma fermentação tradicional, os organismos geneticamente modificados da Amyris dão origem a produtos que têm as mesmas características dos combustíveis fósseis originais. As leveduras transformam o açúcar em hidrocarbonetos”, explica. A nova empresa terá uma produção piloto em Campinas, que começará a operar em fevereiro. A estimativa é que a primeira safra renda 20 milhões de litros de diesel.
Outra informação que traz otimismo à economia brasileira, segundo Finzer, é o recorde histórico, em 2008, do investimento estrangeiro no País que alcançou US$ 45,060 bilhões. Foi o melhor resultado dos últimos 60 anos, conforme informou o Banco Central no mês de janeiro. Finzer ressalta que os investidores estrangeiros estão acreditando no Brasil como um dos principais portos seguros.
Fonte: Jornal de Uberaba