Uísque feito na Escócia é capaz de abastecer um carro

Malte, água, fermento em um tonel de quase dois séculos, os ingredientes são misturados até virarem uma pasta. A fermentação, em gigantescas pipas de carvalho, dura uma semana. Depois, o produto é destilado em alambiques de cobre.

Em uma das mais tradicionais destilarias da ilha escocesa de Islay, no Atlântico Norte, o uísque sempre foi feito para ser bebido, até que o atual dono descobriu uma receita do fim do século XVII, época em que o uísque era destilado quatro vezes e não apenas duas como atualmente. O resultado surpreendeu: um malte com o maior teor alcoólico do mundo, 84%.

Depois de experimentar o uísque, produzido na ilha de Islay, um especialista, amigo do dono da destilaria, disse que a bebida era tão pura que seria capaz de funcionar em um carro. Apesar das circunstâncias, os dois juram que estavam sóbrios quando decidiram fazer um teste com um Morgan 1993, fabricado na Grã-Bretanha, um veículo com motor comum, normalmente movido a gasolina.

Eles encheram o tanque de uísque e não é que deu certo? O carro, com motor de quatro cilindros, anda oito quilômetros com um litro de uísque. O que pesa é o custo desse combustível: 23 libras, o equivalente a mais ou menos R$ 90 por litro.

“Claro que ainda é inviável, mas é bom saber que funciona, ainda mais que vivemos em uma ilha que importa gasolina e óleo diesel e tem uísque a vontade. Se um dia tivermos falta de petróleo, teremos uma alternativa, como vocês brasileiros têm o etanol”, reconhece o dono da destilaria.

O uísque tão forte chamou a atenção da CIA. O serviço secreto americano desconfiava que a destilaria produzisse uma arma química. O velho novo uísque foi batizado de ''X Four'', quatro vezes em inglês. De arma, ele não tem nada. Se bem que o fabricante avisa: apenas três goles bastam para embebedar.