País deve ser 1º a produzir plástico biodegradável

A partir de 2011, o Brasil vai produzir em escala industrial um plástico verdadeiramente biodegradável, ou seja que desaparece no meio natural, sem poluir, em apenas 90 a 180 dias. A responsável por essa conquista é a PHB Industrial S.A., proprietária da marca Biocycle, e controlada pela Pedra Agroindustrial e pelo Grupo Balbo. O objetivo é produzir 30 mil toneladas/ano de plástico de cana-de-açúcar, o PHB, que consome somente 10% da energia não-renovável utilizada no processo de produção do polipropileno, derivado de petróleo.

Durante quase todo processo de produção, o PHB utiliza somente fontes de energia renováveis. Após usado, biodegrada, liberando gás carbônico (CO2) e água. O CO2, um dos gases que provocam o aquecimento global, é reabsorvido pela plantação de cana de açúcar, produzindo um efeito positivo para o meu ambiente, na ordem de 4,4 toneladas de CO2 por tonelada de Biocycle produzido. Sua principal aplicação está na produção de plásticos de uso rápido, como os descartáveis. Pode ser usado ainda na produção de artefatos médicos de uso humano e veterinário, informa o diretor-executivo da PHB Industrial, Sylvio Ortega.

O plástico biodegradável é composto basicamente por carbono, oxigênio e hidrogênio (o polihidroxibutirato, PHB), descrito como poliéster de origem natural. As propriedades mais realçadas nesse plástico são a sua produção com matéria-prima renovável, como a cana-de-açúcar, e a sua completa biodegrabilidade (não poluidora) além de sua capacidade de ser produzido por processos que usam tecnologia limpa. Sua produção é feita por meio da fermentação do açúcar da cana.

O produto é altamente compensador ambientalmente em relação ao plástico derivado do petróleo, porque seu ciclo de produção é favorável em relação à emissão de gases de efeito estufa, já que a cana usada seqüestra mais CO2 do que é usado na produção do plástico. Mas de acordo com assessoria da empresa a produção não se enquadra nas metodologias de mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), que dão direito a créditos de carbono.

Por enquanto, o grupo vem emitindo créditos de carbono somente das usinas de co-geração de energia. São sete, que produzem cerca de 500 mil toneladas de açúcar e 800 milhões de litros de álcool por ano, além de comercializarem energia elétrica, proveniente da queima do bagaço da cana, gerando mais de 200 mil toneladas de créditos de carbono. A usina piloto de produção de plástico está instalada no município de Serrana, na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

O Biocycle é certificado pelos institutos europeus DinCertco e AIB-Vinçotte como material biodegradável e compostável, que em contato com o meio ambiente e sob determinadas condições degrada e transforma-se nos elementos naturais que o compõe (água e gás carbônico), fechando assim o ciclo de vida natural.

Source: DiárioNet, Roberto do Nascimento,26 de agosto de 2008